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Publicado em: 02 Julho 2019

Um de Nós | Joaquim Faias

Natural de Cascais, Joaquim Faias coordena o Curso de Licenciatura em Terapia Ocupacional na ESS, escola de Saúde do Politécnico do Porto

Mudou-se para o Porto em 1986, para começar a trabalhar no Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral. Segue-se a colaboração com a Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto.

QUANDO COMEÇOU A TUA LIGAÇÃO À ESCOLA?  
Comecei a colaborar com a escola em 1994 de forma pontual, dando aulas em algumas disciplinas. Em 1998 fui convidado para assumir as funções de Coordenação do Curso de Terapia Ocupacional e passei a professor a tempo integral em 2001.

COMO RECORDAS OS PRIMEIROS TEMPOS?
Os primeiros tempos eram um pouco confusos. A escola não estava integrada no sistema de ensino superior. As minhas primeiras preocupações foram perceber a linguagem deste meio académico, planear o crescimento e sustentabilidade do curso que estava a coordenar e construir uma equipa de docentes que me ajudasse nesse plano. Foi complicado porque a escola não tinha estruturas, mas lenta e progressivamente fomos atingindo os objetivos.

O QUE TORNA O TEU TRABALHO ESPECIAL? 
Os estudantes, naturalmente. É para eles que desenvolvemos o nosso trabalho. Vê-los chegar no primeiro dia de aulas no ensino superior, cheios de angústias e incertezas e depois acompanhar o seu crescimento enquanto pessoas e futuros profissionais é fascinante. É especial também porque sabemos que estes estudantes irão sair muito bem preparados para influenciar positivamente a vida de muitas pessoas que precisam dos seus serviços enquanto profissionais de saúde.

O QUE TORNA ESTA ESCOLA ÚNICA? 
As suas pessoas e a cultura de fazer bem o que tem de ser feito. Todos os docentes e não docentes que trabalham nesta escola, sejam eles mais antigos na casa ou recentemente integrados assimilaram esta cultura. É claro que muitas vezes erramos, mas raramente é por displicência. Erramos porque queríamos fazer. Como se costuma dizer, só não erra quem não faz. Nesta escola faz-se acontecer!

O QUE MAIS MUDOU NESTES ANOS? 
Desde que comecei a trabalhar nesta escola houve sempre mudança. Mas, mesmo em tempos de conjunturas políticas e económicas difíceis, procurou-se inovar. Nesse sentido, mudaram muitos aspetos da vida da escola. A escola cresceu em todos os sentidos: número de estudantes, número de docentes, oferta formativa, instalações, acesso à informação, investigação, serviços à comunidade, etc. Este crescimento foi acompanhado por mudanças significativas, das quais destacaria a inovação dos métodos pedagógicos que utilizamos no desenvolvimento dos ciclos de estudos, o próprio desenvolvimento e certificação dos planos de estudos, a articulação com a comunidade académica a nível nacional e internacional e o envolvimento em projectos de natureza científica com cada vez maior participação dos estudantes e impacto na sua formação pré e pós-graduada.

CONTA UM EPISÓDIO MARCANTE
Todos os bons e menos bons momentos que passei nesta escola decorreram de um só episódio. Um dia, estava eu a trabalhar no Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral do Porto, fui chamado a uma reunião com a então coordenadora do Curso de Terapia Ocupacional. Nessa reunião estavam todos os terapeutas ocupacionais mais seniors daquela instituição. Todos eles colaboravam com a escola desde o seu início. Eu cheguei atrasado à reunião porque estava a atender uma criança na hora marcada para o início da reunião e não sabia qual era o assunto a discutir. Quando cheguei e me sentei à mesa, fui confrontado com a seguinte questão:Ou aceitas coordenar o Curso de Terapia Ocupacional da Escola ou o curso fecha.
Eu aceitei.

UMA IDEIA PARA O FUTURO
Promover a tríade “ensino – investigação – comunidade” de forma a que o desenvolvimento de cada um destes pilares seja feito de forma a envolver e influenciar qualitativamente os outros. Acho que a escola já deu passos muito importantes neste sentido e temos o know-how para avançar. Melhor ainda, seria ver esses pilares sustentarem futuros terceiros ciclos de estudos (doutoramentos) na Escola.


A rubrica  
Um de Nós representa um espaço de partilha de experiências, ideias, histórias, e projetos, com uma breve entrevista a estudantes, docentes e não-docentes. É nossa convicção que cada Escola guarda — nos seus bastidores, salas, corredores e gabinetes — muitos rostos e talentos.  Queremos ser a voz de cada um de nós porque as grandes histórias por vezes estão mais próximas do que imaginamos

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