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Publicado em: 22 Novembro 2018

Mobilidade internacional estudantil: fluxos em expansão

Artigo de opinião de Luciana Lima, docente da ESMAD, escola de Media e Design do Politécnico do Porto

Atravessar fronteiras internacionais com a intenção de realizar algum programa educacional no ensino superior estrangeiro já é possível para milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a Organização do Comércio e Desenvolvimento Económico (OCDE), o número de estrangeiros e estrangeiras matriculados/as em instituições de educação terciária aumentou exponencialmente em uma geração, passando de 800 mil no final da década de 1970 para 4,6 milhões 45 anos depois (OCDE, 2017). Um fenómeno considerado como uma das principais formas de mobilidade internacional contemporânea.

A maioria dos/as estudantes matriculados/as em instituições terciárias no exterior desloca-se para países membros da OCDE. Os principais destinos escolhidos pelos/as académicos/as estrangeiros/as são os de economia avançada de língua inglesa: Estados Unidos, Reino Unido e Austrália. De entre os países de língua não inglesa, a França, a Alemanha e a Federação Russa também atraem um número significativo de estudantes (OCDE, 2017).

Por sua vez, os países que mais enviam nacionais para estudar na área da OCDE são originários da Ásia (54% do total) e mais de um quarto da Europa (27%). Em menor número estão os nacionais africanos (9%), latino-americanos e caribenhos (6%) e os oriundos da América do Norte e Oceânia, com 4%, de acordo com a OCDE.

Para quem opta pela educação internacional, o estudar no exterior pode ser uma oportunidade para adquirir habilidades que não podem ser ensinadas no país de origem. Pode ser também uma forma de melhorar a empregabilidade em mercados de trabalho cada vez mais globalizados. Outras motivações incluem a ampliação do conhecimento de outras sociedades e culturas, bem como o desenvolvimento de habilidades linguísticas (OCDE, 2017).

Em Portugal já é possível notar o aumento do número de estudantes estrangeiros/as. Desde o início desta década (ano letivo 2010/2011) o número de inscritos/as oriundos de outros países aumentou 72% se comparado à década anterior, de acordo com o último relatório sobre os indicadores de integração de imigrantes (2017). Atualmente, os/as estrangeiros/as provenientes dos países membros da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa contabilizam cerca de 50% do número de matrículas no ensino superior português.

Se considerarmos que a mobilidade internacional estudantil é um fenómeno em contínuo crescimento, a presença de estudantes estrangeiros/as em Portugal está a refletir uma tendência global. Além disso, os dados relativos às tendências migratórias revelam uma mudança nos fluxos estudantis em direção a novos destinos, nomeadamente países de língua não inglesa, sinalizando capacidades educacionais crescentes em todo o mundo, pelo que as instituições de ensino superior portuguesas podem beneficiar com essa mudança e desenvolver formas de captação não apenas de estudantes, mas de investigadores/as e docentes estrangeiros/as altamente qualificados.

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