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Publicado em: 14 Outubro 2019

Maria Loureiro, uma Engenheira Médica

Não lhe bastou medicina e enveredou pelo curso de engenharia informática no ISEP, escola de Engenharia do Politécnico do Porto

Maria Daniel Loureiro é um caso especial. Com 22 anos frequenta o 5.º ano de medicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e o 2.º ano de Engenharia Informática no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

Entrou no curso de medicina com média de 18,9 valores, mas a indecisão entre o curso de medicina e engenharia já vinha de longe, da paixão pela matemática e pela física. No terceiro ano, quando frequentou a cadeira de Biofísica, percebeu que sentia falta de disciplinas mais analíticas, de resolução de problemas. Foi assim que apareceu o ISEP e a Engenharia Informática.

“Estou eternamente grata ao ISEP" – declara – "Foi a instituição que me permitiu equilibrar os dois cursos, algo que não conseguia em mais lado nenhum." Inicialmente inscreveu-se em duas cadeiras de programação. Mas gostou tanto que decidiu inscrever-se em mais. "No primeiro ano concluí metade do curso. Agora já o frequento integralmente”, afirma.

O curso de Engenharia Informática correspondeu inteiramente às expectativas e à vontade de analisar, procurar soluções e exercitar o pensamento dedutivo. "Este semestre tive uma aula extraordinária, a primeira aula de redes!" - conta - "Foi fantástico porque fizemos um cabo de rede e aprendi o processo de instalação dos cabos e dos routers. É para mim um alívio afirmar que percebo determinado processo do inicio ao fim", conclui com um sorriso.

Os dias são desafiantes. Num dia normal acorda entre as 6h30 e as 7h. Faz a viagem de Vila Nova de Gaia à Asprela, na sua LSL verde, e começa as aulas na FMUP às 8h30 até à hora de almoço. Dependendo dos dias, passa a tarde a estudar sozinha ou vai ao ginásio. Das 18h às 23h30 são as aulas no ISEP, em regime pós-laboral.

As notas de medicina não baixaram, organiza metodicamente o tempo para estudar um assunto ou outro. Admite por vezes estar cansada, mas nunca assoberbada. E a agenda do Google é um companheiro fiel, ajuda-a a organizar o tempo, desde aulas, a entrega de trabalhos, jantares ou idas ao Fantasporto.

"É compatível" - explica "por exemplo, hoje à tarde estive a ler artigos para a FMUP. Depois abro o CLion e respondo a alguns exercícios de Engenharia, basicamente a bater código. É como ler um jornal e fazer uma pausa para resolver um sudoku. Se o sudoku estiver muito difícil volto às notícias." Parece simples, dito por Maria, mas ela desenvolve: "Em medicina, estudo, aprendo a matéria e faço o exame. No ISEP, o ensino é muito mais prático e aplicado. As aulas são motivantes, apresentam-me um problema, disponibilizam-me ferramentas de possível resolução e investigamos soluções. É essencialmente 'aprender a fazer' e isso é muito estimulante."

Não gosta de ser definida como "a Maria que frequenta dois cursos". Não quer nem pode ser circunscrita a este ou aquele plano de existência, nem a uma única prioridade.

"Sou também aquela que gosta de ler, que vai ao teatro, que escolhe filmes aleatórios nos festivais de cinema de terror, que organiza jantares de comida mexicana, que sonha em estudar russo e árabe e viajar, sobretudo viajar muito. Gostava de ter um ano para andar de comboio, fazer o transiberiano estendido, aquele que pára em todas as estações."

Esta é a Maria, a primeira Engenheira Médica.

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