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Publicado em: 23 Outubro 2019

Docente da ESMAD apresenta uma viagem aos arquivos da memória

Cesário Alves, docente da ESMAD, escola de Media e Design do Politécnico do Porto, apresentou Diaporama V.2, no âmbito do ciclo de performances associado ao festival Family Film Project

Diaporama proporciona uma viagem no tempo através de diapositivos de 35 mm encontrados em diversas partes do mundo, revelando fotografias pessoais de anónimos, que se misturam com desperdícios da projeção de filmes em película e gravações áudio em fita magnética da era analógica.

O projeto de Cesário Alves, docente de fotografia da Escola Superior de Media Artes e Design (ESMAD), foi apresentado no dia 15 de outubro no âmbito do Ciclo Private Collection, integrado no festival Family Film Project – Festival Internacional de Cinema de Arquivo, Memória e Etnografia.

Neste ciclo, os artistas são desafiados a explorar performativamente materiais de arquivo, pessoais ou anónimos, problematizando a questão da memória. O objeto principal — podemos ler no site do projeto —  "é apresentar propostas nas suas valências expandidas (interdisciplinares, deslocações espaciais, deslocações temáticas), ao mesmo tempo que se questionam intimidades e familiaridades, projetam-se possibilidades criativas que atravessam disciplinas e fronteiras, reforçando, dentro do evento-festival, a linha fina entre o real e o performativo".

Para o autor, que tem vindo a desenvolver investigação no campo da fotografia vernacular e as suas apropriações na arte contemporânea, as projeções de imagens do Diaporama, tal como a criação sonora que as acompanha, tiram partido da arquitetura da sala onde são instaladas e são por isso site specific e time specific, refletindo também o local e o tempo em que trabalhamos.

Cesário Alves explica que todo o trabalho é documentado numa cassete áudio que "permite materializar e transportar sons e imagens num suporte que se afirma como uma resistência à digitalização e à imediatez. A gravação de som em fita magnética é um meio de difusão de áudio que nunca se extinguiu, apesar de ser esmagado por tantos outros formatos digitais e de certa forma declarado obsoleto, como os diapositivos de 35 mm que servem a parte visual do Diaporama”.

As fotografias originais que são o objeto deste trabalho foram adquiridas ou encontradas em vários países, sem qualquer informação associada sobre a sua origem, autoria ou identificação das pessoas representadas.

O que nos deixa uma questão: quando morrermos para que servem os arquivos pessoais que acumulamos?

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