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Publicado em: 11 Abril 2019

Da Ciência ao Amor nas Conferências do Politécnico

Na 4.ª edição das Conferências do Politécnico, Luís Portela convida-nos a refletir sobre os caminhos da espiritualidade

Luís Portela fala de convicção, não de fé. É uma convicção humanista, que parte de uma visão ecuménica da realidade, de uma crença holística na harmonia da matéria, da espiritualidade, de um bem maior.

Afirma existir a necessidade de uma alteração de paradigma, a exigência de uma ciência multidisciplinar que, perante “evidências”, não pode ignorar fenómenos parapsicológicos ou pelo menos negar a sua existência. Acredita, ou pelo menos não nega experiências de quase-morte, psicocinese, mediunismo, processos de auto-cura, ou mindfulness.

Aos 21 anos, na sequência da morte prematura do pai, iniciou a sua atividade empresarial e aos 27 assumiu a presidência daquele que entretanto se tornou um dos maiores grupos farmacêuticos ibéricos. Em 1994 criou a 
Fundação Bial que, além de conceder Bolsas de Investigação Científica, atribui o Prémio Bial, um dos maiores a nível europeu, com créditos firmados na promoção da investigação em psicofisiologia 
e parapsicologia, tendo apoiado 614 projetos, envolvendo 1.351 cientistas 
de 25 países.

"Hoje, um bom profissional deve ter um elevado grau de especialização, mas ao mesmo tempo possuir um conjunto de conhecimentos mais vasto, conhecer o mundo, a vida e procurar ser mais completo" - declara, transportando esta ideia para o tema da conferência - "Hoje, apesar do progresso inegável da ciência, há uma perda de interesse por valores universais e uma indiferença por questões mais profundas, tais como o nosso papel aqui, a forma como nos relacionamos com os outros, e a nossa própria identidade".


Há um desequílibrio - diagnostica - fruto do desinvestimento votado aos fenómenos parapsicológicos, sintomático de uma sociedade cada vez mais afastada das coisas espirituais. Cita o Papa Francisco, que vê a humanidade como um poliedro, que não apaga as diferenças e respeita a pluralidade. Encontra similitudes nos mais diversos mestres. De Lao-tsé a Einstein, de Jesus a Budaa. Pelo meio, Allan Kardec e John Schwartz.

E é neste contexto que convida a comunidade científica a alterar o paradigma, aplicar o rigor do método científico à espiritualidade, procurar a verdade pela verdade, estudar fenómenos sem parti pris não demonstrar o que é verdade ou o que é mentira. É obrigação da ciência esclarecer a humanidade, não postular que determinado fenómeno não existe.

Como desafio, Luís Portela apresenta um conjunto de fenómenos paranormais que devidamente investigados podem ser a chave para o entendimento "desta cadeia de reações que pede e devolve a harmonia e o amor absoluto".

É o caso da mecânica quântica e da teoria física das supercordas, à qual o autor recorre para comprovar a ideia de que tudo é energia mais ou menos "materializada", abrindo a porta para um universo de seres interligados. A consciência dessa interligação será o grau último da sabedoria e o primeiro da fruição plena "da harmonia, da sabedoria e do amor".

Deste trajeto da ciência ao amor, num mundo "cheio de deuses", Luís Portela apresenta um amor espiritual, desinteressado, que nada pede em troca. "É um amor universal" - acrescenta - "que definha o ego, ao compreender-se na totalidade".

A próxima edição das Conferências do Politécnico, dedicada ao tema Interculturalidades: Diálogo e Interpretação, realiza-se dia 3 de junho com Isabel Pires de Lima.


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