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Publicado em: 09 Fevereiro 2021

António Saiote é membro honorário da ICA

A nomeação foi alcançada por votação unânime durante o congresso da International Clarinet Association (ICA)

"É uma grande honra, acrescida de uma grande responsabilidade" - declara o maestro António Saiote, um dos poucos clarinetistas europeus a constar da listagem de membros honorários da International Clarinet Association (ICA), um agraciamento que contempla sobretudo músicos norte-americanos. "Tinha 54 anos quando fui nomeado" - explica - "foi por isso uma surpresa inesperada, não é habitual concederem a nomeação a músicos abaixo dos 65 anos".

Docente da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE) do Politécnico do Porto, a nomeação foi justificada pelos "excelentes serviços artístico-pedagógicos prestados em quatro continentes, mais de trinta países e nacionalidades e por ter conduzido a escola de clarinete portuguesa ao nível das melhores". "Ser membro é como receber o Pritzker na arquitectura” – afirma com orgulho. 

Nascido em Loures, em 1960, António Saiote é um artista e pedagogo reconhecido mundialmente. Terminou o curso do Conservatório Nacional com 20 valores em 1979. Com apenas 13 anos foi solista na Orquestra Sinfónica Juvenil de Portugal, representando o país na orquestra Mundial da juventude em 1977 (Coreia e Japão), em 1982 (Hungria) e 1983 (Espanha).

Foi bolseiro da Fundação Gulbenkian em Paris e Munique onde obteve o Meisterdiplom com distinção. Foi solista na orquestra do Teatro Nacional de São Carlos e na Régie Sinfónica onde era o único solista português. Durante 11 anos foi membro do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa com Jorge Peixinho. Foi também membro do júri nos prestigiados concursos de Toulon, Constancia, Sevilha e presidente do Valentino Buchi em Roma. Também como solista participou em concertos nos EUA, Bélgica, França, Suécia e Japão.

É diretor artístico e maestro titular da Orquestra Sinfónica da ESMAE e diretor artístico do Meeting Internacional de Clarinete Marcos Romão dos Reis Jr, tocou com a Orquestra Gulbenkian, Sinfónica Portuguesa, Orquestra Clássica do Porto, Régie Sinfónica, Rádio Lisboa e Porto, São Paulo, Shanghai, Filarmónica das Beiras, Orquestra do Norte, Orquestra Sinfónica do Algarve e Sinfónica de Zurique.

Desde 1998 que desenvolve, paralelamente, uma profícua carreira de maestro, tendo dirigido todas as orquestras portuguesas, bem como orquestras em Espanha, Venezuela, França e Alemanha.

Dirigiu óperas tais como O Amor Industrioso, de Sousa Carvalho; Il Boticário, de Haydn; Amor de Perdição, de João Arroyo; Kleine Mahagony e Os Sete Pecados Mortais, de Kurt Weill; O Doido e a Morte, de Alexandre Delgado; Pierrot Lunaire, de Schoenberg; Cosi Fan Tutte, Don Giovanni e A Flauta Mágica, de Mozart; e A Hora Espanhola, de Ravel.

Tem sido membro de júri nos prestigiados concursos de Toulon, Constância, Sevilha, Varsóvia, Caracas, Kortrik, Ghent, Brasília, e presidente do concurso Valentino Buchi em Roma. Detém também o título de “Personalidade Latino-Americana do Clarinete”, pela Associação ClariPeru e foi distinguido com a Medalha de Honra do Concelho da cidade de Loures.

Foi mentor e coorganizador do Congresso Mundial de Clarinete 2009, no Porto, e foi diretor artístico do Festival e Academia de Guimarães. Atuou ou ensinou em mais de trinta países da Ásia, Europa, América e África do Norte.

No ano mais incerto da história recente, António Saiote celebrou 50 anos de uma carreira magnífica, que projetou a ESMAE como uma das referências mundiais na área do clarinete. Entretanto, o clarinetista está a preparar um novo disco, sem data prevista de lançamento, devido à pandemia

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