Não substitui as consultas médicas, mas dá uma ajuda valiosa a quem vive com perturbações psicóticas como a esquizofrenia. Chama-se WeCope e é uma aplicação móvel que resulta do doutoramento da terapeuta Raquel Simões de Almeida, programada por estudantes e docentes do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP). O objetivo principal é dar ferramentas para que os seus utilizadores possam ser mais autónomos e independentes, mitigando os problemas que resultam da falta de saúde mental.
Todas as informações inseridas na aplicação são transmitidas, em tempo real, ao técnico (terapeuta, psicólogo ou psiquiatra), o que, no quadro de uma doença crónica que implica altos e baixos acentuados e repentinos, pode evitar situações de risco. Com a WeCope, a única app dedicada à esquizofrenia em Portugal, o técnico consegue saber se o seu paciente está a sofrer muitas alucinações auditivas e contactá-lo em função dessa informação; o paciente, por seu lado, pode usar o modo de relaxamento da app caso se esteja a sentir muito ansioso ou pode utilizar o chat gratuito para fazer uma pergunta específica sobre a sua medicação ao técnico que o acompanha.
A distribuição da WeCope vai ficar, no segundo semestre de 2018, a cargo do Laboratório de Reabilitação Psicossocial da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto e da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto. Será este laboratório a atribuir licenças de utilização a hospitais, centros de reabilitação e fóruns sócio-ocupacionais.