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Publicado em: 29 Setembro 2017

TAClaro é uma plataforma para a gestão dos recursos públicos

Projeto é uma parceria entre o ISCAP e o município de Valongo.

O projeto TAClaro, Transparência, Responsabilidade e Comunicação na Administração Pública Local, surge de uma parceria entre o Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP) e a Câmara Municipal de Valongo (CMV). O projeto TAClaro é uma plataforma digital de comunicação que tem como objetivo principal promover a transparência na gestão dos recursos públicos, disponibilizando informação clara aos munícipes sobre as contas das autarquias e desenvolvendo o nível de literacia financeira pública na comunidade em geral.

Desenvolvido por uma equipa multidisciplinar do ISCAP, o projeto (ainda em fase experimental) foi apresentando este mês na Expoval - Mostra de Atividades Económicas do concelho de Valongo. O município de Valongo serviu de case-study para o arranque do projeto, sendo o primeiro do país a aderir ao TAClaro.

Este projeto inovador do ISCAP vai para além da transparência baseada na responsabilização das funções públicas e na prestação de contas. O TAClaro tem como finalidade descodificar a linguagem económico-financeira, explicando-a de forma simples, direta e acessível ao cidadão comum, motivando deste modo para uma cidadania mais ativa e contribuindo para que uma comunidade mais esclarecida se torne mais participativa.

Na Expoval, que decorreu no Parque Urbano de Ermesinde (Valongo), a apresentação do TAClaro ficou a cargo de duas representantes intervenientes no desenvolvimento da plataforma para o município valonguense: Sandrina Teixeira, co-coordenadora do projeto e docente do ISCAP nas áreas de Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e Telma Maia, técnica superior da Divisão Financeira da CMV envolvida no projeto.

“A ideia deste projeto nasce, em 2015, de um desafio entre presidentes: o atual presidente da CMV, José Manuel Ribeiro, lançou ao presidente do ISCAP, Olímpio Castilho, o desafio de criar uma plataforma digital que descodificasse a linguagem económico-financeira em linguagem entendível para o cidadão comum, utilizando conteúdos multimédia”, explicou Sandrina Teixeira, acrescentando que para o desenvolvimento desta solução tecnológica foi constituída uma equipa multidisciplinar com competências em Administração Pública, Contabilidade, Engenharia Informática, Comunicação, Marketing Digital e Design.

A equipa de trabalho avançou para uma investigação no terreno que visou conhecer as motivações do cidadão para ser informado sobre a prestação de contas dos órgãos autárquicos. “Este levantamento foi feito em quatro freguesias do concelho de Valongo onde foi identificada uma lista de motivações. O estudo indicou que segunda motivação mais apontada pelo cidadão/munícipe foi o ser informado sobre a gestão dos dinheiros públicos”, revelou Sandrina Teixeira, sublinhando que, “o foco da mensagem da plataforma TAClaro-Valongo será a gestão orçamental na CMV, explicando nomeadamente como se processa a criação de um orçamento, como o mesmo pode ser e é aplicado, as restrições existentes nessa mesma aplicação, e qual o contexto político e legal em que as decisões sobre a afetação de recursos são tomadas.”

Segundo Telma Maia, responsável pela implementação do projeto na CMV, “a aplicação do projeto TAClaro na CMV visa informar os munícipes sobre a gestão dos recursos públicos, tornando-os, assim, mais esclarecidos e participativos. A partilha da informação financeira através de um canal digital ultrapassa a transparência da prestação de contas, pois tem adjacente uma vertente pedagógica de educar a população para uma cidadania mais ativa, descomplicar conteúdos e conceitos da área económico-financeira, esclarecer para promover a análise crítica e a participação democrática e, sobretudo, gerar interesse no munícipe para interagir com a plataforma.”

A equipa de trabalho do ISCAP é formada por Amélia Silva, Maria José Angélico e Sandrina Teixeira, docentes do ISCAP e investigadoras no CEOS.PP (Centro de Estudos Organizacionais e Sociais do Politécnico do Porto). “Entre a criação de jogos didáticos, manuais de boas práticas sobre Transparência Accountability e Comunicação na Administração Pública Local, a adesão de mais municípios ao TAClaro e o reconhecimento da comunidade científica são as grandes ambições do TAClaro que tem prevista a sua conclusão e lançamento até ao final de 2017”, adiantou a equipa na Expoval.

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