Criado em 1886, conheceu vários nomes e moradas até se tornar, em 1976, Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP). Em 1988 passou a integrar o Politécnico do Porto e, em 1995, saiu do centro da cidade, na zona da Batalha, para se instalar em São Mamede de Infesta, Matosinhos, onde está até hoje. Trinta anos depois, o ISCAP terá as suas primeiras obras de ampliação.
A empreitada foi apresentada na tarde de segunda-feira, dia 31 de março, na Sala de Atos do ISCAP. O ato público de consignação da empreitada "Centro de Formação Executiva e Espaço Horizonte" foi encabeçado pelo Presidente do P.PORTO, Paulo Pereira, e pelo Presidente do ISCAP, Manuel Moreira da Silva. O Presidente do ISCAP realçou a importância deste ato tendo em conta o grande crescimento da oferta formativa ao nível de mestrados e de formação executiva, com o incremento de pós-graduações e MBA. O Presidente do P.PORTO realçou a importância desta obra para a comunidade académica face ao aumento da oferta formativa e do número de estudantes, destacando ainda a sua relevância para as atividades de investigação e de inovação pedagógica.
Também presentes estiveram o arquiteto Miguel Aresta Branco (Prospectiva - Projectos, Serviços e Estudos, SA), que apresentou o projeto, o seu enquadramento e as ideias que orientaram à sua conceção, e o engenheiro Albino Poças, administrador da Afim - Construções e Urbanizações Lda., responsável pela obra, que assinou o ato de consignação com o Presidente do Politécnico do Porto.
Paulo Pereira contextualiza esta intervenção no edificado do ISCAP da seguinte forma: "Hoje, as nossas maiores missões são a formação e a investigação. Temos 22 mil estudantes, um número que devemos divulgar para enfatizar a nossa dimensão. Somos a segunda Instituição de Ensino Superior, em Portugal, com mais licenciaturas, 60. Temos uma oferta formativa muito ampla e diversificada. Na investigação demos passos significativos, submetemos recentemente sete unidades de investigação próprias à FCT e aguardamos com expectativa o resultado dessa avaliação. Cerca de 60% do nosso corpo docente tem hoje doutoramento."
O que nos falta, então? Paulo Pereira dá a resposta: "As infraestruturas são o nosso calcanhar de Aquiles porque estas não têm vindo a acompanhar o nosso desenvolvimento e a nossa procura e é neste sentido que temos de dar um passo significativo nos próximos anos para melhorar essas infraestruturas para que se tornem adequadas ao número de estudantes que frequentam o Politécnico do Porto."
Paralelamente, o processo de conversão em universidade terá de esperar pelas eleições legislativas do próximo dia 18 de maio, mas "qualquer que seja o resultado", este "desígnio institucional" exige que as infraestruturas acompanhem e participem "na qualidade da formação e da investigação e no bem-estar geral das nossas pessoas". Esta obra, este investimento, é "extremamente necessário e vai suprir muitas necessidades do ISCAP — não todas, mas é um começo". Às vezes, sumariza o Presidente do Politécnico do Porto, em jeito de aforismo, "é mais difícil ir do zero ao um, do que do um ao cem", por isso, Paulo Pereira espera que este projeto "se concretize rapidamente" — a inauguração da empreitada deverá acontecer em janeiro de 2026.
No final do ato de consignação da empreitada, Manuel Moreira da Silva era uma pessoa feliz. "Hoje é um dia de grande felicidade para o ISCAP porque apresentámos à nossa comunidade aquilo que será uma fase de expansão deste edifício. Hoje foi apresentado um conjunto de novas obras, uma nova empreitada, hoje consignada, que terá que ver com a necessidade de expansão em dois domínios." O domínio da formação executiva — "o ISCAP tem duas escolas, a Porto Executive Academy (PEA) e o ISCAP em si" — e "nós procuramos agora acomodar a PEA nesses novos espaços, com novas salas de aula e novas salas de reunião". Salas de aulas que irão acomodar inovação, "seja por via da criação de laboratórios dedicados à IA ou às realidades virtual e aumentada".
E, por outro lado, "vamos também reestruturar e recentralizar aquilo que é uma atividade muito dinâmica no ISCAP, que é a organização de eventos (técnicos, científicos e pedagógicos, mas não só)", criando uma "nova centralidade" que pretende dotar o ISCAP de um renovado bem-estar, "seja na organização de um evento científico ou de uma conferência internacional, seja nas feiras de empregos que a Associação de Estudantes organiza". A intenção é guarnecer a Escola de mais capacidade: "um ISCAP mais dinâmico, mais versátil, mais capaz de acomodar eventos, mais capaz de crescer e mais capaz de se transformar". "O meu muito obrigado ao Politécnico do Porto por este momento, pela ajuda em conceber e criar esta nova dimensão, que eu espero que venha a ser inaugurada muito em breve", acrescentou.
A obra tem um investimento, no seu todo, próximo dos dois milhões de euros. O prazo de execução é de 282 dias.