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Publicado em: 30 Junho 2017

Uma nova forma de pensar

Artigo de opinião da Presidente do Politécnico do Porto.

Uma observação atenta ao Mundo de hoje pode dizer-nos muito sobre o nosso amanhã coletivo e os desafios a enfrentar. Em plena designada quarta revolução industrial, urge percebermos que esta é uma época que não pode ser encarada com as mesmas políticas de formação e emprego, as mesmas competências e a mesma forma de pensar que nos trouxe até aqui.

A revolução digital e a automatização têm conduzido a alterações profundas ao nível dos serviços, na gestão da produção de produtos e processos, na comercialização e relação com os clientes, no surgir de novos modelos de negócio. Vários estudos apontam para alterações drásticas já no mercado de trabalho, com a extinção a 20 anos de cerca de 47% de emprego. E, simultaneamente, há novas funções e profissões a nascer.

O sistema tecnológico em expansão é global, complexo e transversal às áreas de saber, às empresas e instituições sociais, ao mundo da vida onde inscrevemos os nossos dias. Pensá-lo e regulá-lo é uma tarefa política maior que terá de passar pela concertação de políticas transnacionais efetivas. E é responsabilidade nossa.

As instituições de Ensino Superior foram e são um pivô da revolução tecnológica. Devem-no ser, pois, da reflexão crítica sobre a sua aplicação e desenvolvimento. A sua missão não está na resposta curta centrada no fornecer mão de obra adequada a novas necessidades. Cumpre-lhes, sim, formar pessoas, profissional e eticamente desenvolvidas.

A nova geração de líderes, empreendedores e cidadãos que cresce sob os condicionalismos e oportunidades gerados pelo progresso tecnológico tem de saber compreender a importância do conhecimento, do seu impacto no modo como é utilizado para melhorar a vida das pessoas.

Há 1000 dias, a Porto Design Factory - uma plataforma colaborativa para a cocriação de ideias inovadoras, que agrega as oito escolas do Politécnico Porto num projeto educativo orientado para o trabalho interdisciplinar em equipas internacionais, para a investigação aplicada e para a colaboração industrial - arrancou as suas atividades. Através de princípios pedagógicos rigorosos, de uma vontade inabalável de experimentar e de inovar, a Factory tem sido um tubo de ensaio das mais recentes práticas pedagógicas centradas nos estudantes: um significativo contributo para a qualificação de uma nova geração de inovadores globais, de empreendedores responsáveis e dos futuros agentes de mudança.

Mil dias depois, cremos que está muito por fazer. Mas abrimos um caminho.

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